No Mês de outubro tive a oportunidade de realizar um trabalho teatral-literário, não sei se esta nomemclatura existe ou não, se não existia, passa a existir, pois a tarefa de quem escreve é também esta: reinventar.
O momento:
Solenidade de abertura do I Aniversário do Centro Cultural Casarão Born, em Biguaçu/SC/Brasil
Tive a tarefa de escolher um texto da obra de Salim Miguel, escritor libanês que viveu a sua infância em Biguaçu.
Escolhi um conto, e após ler e reler tive a certeza que era aquele conto que merecia ser encenado...alguns dias depois de minha incansável busca, recebi a informação de que o autor, Salim Miguel, estaria presente na solenidade...tremi dos pés a cabeça! E após a fase angustiante de menosprezo de minha capacidade, respirei fundo e percebi que se eu não fosse merecedora deste momento jamais teria sido solicitada para tal...
O tempo curto! Os encontros escassos, intercalados por uma gripe forte, repleta de muita tosse.
Adaptar um texto literário para uma linguagem teatral em geral não é tarefa fácil.
O texto literário não é feito para ser encenado. Cabe a quem adapta: o dramaturgista ter a sensibilidade de saber o que deve ser suprimido, e o que é essencial ser abordado.
Onde encontrar esta sensibilidade, esta visão, o olhar aguçado para lidar com tal situação?
E ainda conseguir decorar o texto, interpretá-lo, dar vida a emoções implícitas nas palavras...encontrar infinitas imagens nas entrelinhas.E depois passar aos demais o seu olhar sobre o texto como encenação, refletir as nuances que ele traz, e maneira que deve reverberar no espectador este leitor semiótico.
Com o cuidado para
não ser demais,
nem ser de menos...
sendo antes de tudo um (a) Leitor(a) que apresenta-se por uma via distinta da usual:
a interpretação teatral.
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O Dia
15 de outubro...
ao ver o escritor entrar no Casarão respirei fundo!
Ele não sabia da surpresa!!!
Achamos que íamos surpreender e fomos surpreendidos, por sua emoção...
Como não se emocionar diante deste presente que o destino nos deu! ?
Seus olhos marejados, entraram em sintonia com nossos corações de artistas,
ao ritmo de nossa descompassada encenação, que teve seu ápice com um abraço forte...
De quem?
Ora, do autor autor.
SALIM MIGUEL.
Que humildemente disse-nos que nossa encenação era muito melhor que seu conto...
Modéstia dele...
alma lavada...
Modéstia minha também ao subjugar uma das tarefas mais magníficas que a vida me deu...
Na ansiedade cometi uma gafe!
Mudei o nome do conto diante do autor
de
"Um homem sem cadeira"
para "Um homem na cadeira"
que foi postado no you tube com um terceiro nome
"A cadeira"
Fato que não teve a capacidade de abalar o mérito do momento.
Citado no jornal do município como "noite memorável"...
Um momento daqueles que depois que passa dá a sensação de que foi um sonho...
E foi, a diferença, é que foi real...
Para mim esta é a grande vantagem de ser artista, escritora, contadora de histórias, atriz...
transformar sonhos em realidade,
conviver com um cotidiano onde a relidade é repleta de mágicos acontecimentos...
O que dizer senão que
sonho e realidade são duas faces de uma mesma moeda de nome vida!
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Este Blog é destinado à relatar as principais atividades literárias desenvolvidas por Luciáh Tavares, descrevendo suas obras e seus processos de criação. Relatar também sua participação em projetos de cunho literário. Objetiva, ser um espaço voltado às críticas de obras literárias, tradutórias e de espetáculos teatrais. É uma página para relatos, mas também para divulgação e análise das diversas linguagens literárias, de processo criativo cênicos, tradutórios e literários.
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Um Homem sem cadeira - Encenação do conto de Salim Miguel
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