sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Contador de histórias

Nilo, Elizabet e Manoela contando o clássico infantil "Três Ursos" na Escola Emérita Duarte, Biguaçu/SC/Brasil Dezembro/2010


        Antes de voltar a listar os trabalhos que tenho desenvolvido na área literária, em especial no teatro, vou falar sobre os contadores de histórias. Acho que me enquadro bem nesta definição, já que estou sempre buscando contar estórias, seja através da arte teatral, dos textos que escrevo, ou quando atuo. Ou ainda quando escrevo nos meus blogs. 


       Em novembro passado ministrei um curso de "Contador de Histórias", tendo como público alvo professores de educação infantil. Neste desafio, descobri uma técnica inerente a todos os seres humanos, ainda que vezes ou outra reprimida. Neste desvendar, uni diferentes técnicas. Sendo algumas teatrais, outras de vida... Diversas acadêmicas, e outras tantas aprendidas na prática artística. Percebi como minha formação é híbrida e como isto me enriquece, seja como contadora de histórias ou como ser humano. E o quanto as histórias cotidianas podem ganhar vulto numa contação de histórias. Pensei que ao longo do curso ensinaria meus tão estimados saberes a outras pessoas, lêdo engano, parodoxalmente o que houve foi o contrário: senti-me sim a aluna. Diante de mais este desafio, do desvendar que alegremente me foi proposto e a que me propus, compreendi que o ato de contar estórias nos humaniza, tira-nos do lugar comum mesmo que estejamos inseridos arraigadamente nele. 

      Contar histórias é permitir-se ir e vir. E com a vantagem de fazer isto percorrendo tempo, espaço, imaginação... São nossas histórias e as histórias que nos contam, com toda a gama de cores de nossas sensações que fazem quem somos. 

      Eu poderia aqui falar dos alunos do curso, do processo que utilizei ao longo desta jornada, de como fui utilizando as técnicas que aprendi. Mas preferi simplesmente descrever minhas descobertas. Aproveito a época do ano também para agradecer a todos que partilharam estas e outras histórias comigo ao longo de 2010. Fico no aguardo de sensacionais histórias para mim e para todos em 2011. 


Sejamos Felizes!!!

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Um Homem sem cadeira - Encenação do conto de Salim Miguel

No Mês de outubro tive a oportunidade de realizar um trabalho teatral-literário, não sei se esta nomemclatura existe ou não, se não existia, passa a existir, pois a tarefa de quem escreve é também esta: reinventar.

O momento:
Solenidade de abertura do I Aniversário do Centro Cultural Casarão Born, em Biguaçu/SC/Brasil
 Tive a tarefa de escolher um texto da obra de Salim Miguel, escritor libanês que viveu a sua infância em Biguaçu.
Escolhi um conto, e após ler e reler tive a certeza que era aquele conto que merecia ser encenado...alguns dias depois de minha incansável busca, recebi a informação de que o autor, Salim Miguel, estaria presente na solenidade...tremi dos pés a cabeça! E após a fase angustiante de menosprezo de minha capacidade, respirei fundo e percebi que se eu não fosse merecedora deste momento jamais teria sido solicitada para tal...
O tempo curto! Os encontros escassos, intercalados por uma gripe forte, repleta de muita tosse.
Adaptar um texto literário para uma linguagem teatral em geral não é tarefa fácil.
O texto literário não é feito para ser encenado. Cabe a quem adapta: o dramaturgista ter a sensibilidade de saber o que deve ser suprimido, e o que é essencial ser abordado.
Onde encontrar esta sensibilidade, esta visão, o olhar aguçado para lidar com tal situação?
E ainda conseguir decorar o texto, interpretá-lo, dar vida a emoções implícitas nas palavras...encontrar infinitas imagens nas entrelinhas.E depois passar aos demais o seu olhar sobre o texto como encenação, refletir as nuances que ele traz, e maneira que deve reverberar no espectador este leitor semiótico.

Com o cuidado para
não ser demais,
nem ser de menos...

sendo antes de tudo um (a) Leitor(a)  que apresenta-se por uma via distinta da usual:
a interpretação teatral.


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O Dia
15 de outubro...
ao ver o escritor entrar no Casarão respirei fundo!
Ele não sabia da surpresa!!!

Achamos que íamos surpreender e fomos surpreendidos, por sua emoção...
Como não se emocionar diante deste presente que o destino nos deu! ?

Seus olhos marejados, entraram em sintonia com nossos corações de artistas,
ao ritmo de nossa descompassada encenação, que teve seu ápice com um abraço forte...
De quem?
Ora, do autor autor.
SALIM MIGUEL.

Que humildemente disse-nos que nossa encenação era muito melhor que seu conto...

Modéstia dele...
alma lavada...
Modéstia minha também ao subjugar uma das tarefas mais magníficas que a vida me deu...


Na ansiedade cometi uma gafe!
Mudei o nome do conto diante do autor
de
"Um homem sem cadeira"
para "Um homem na cadeira"
que foi postado no you tube com um terceiro nome
"A cadeira"


Fato que não teve a capacidade de abalar o mérito do momento.
Citado no jornal do município como "noite memorável"...
Um momento daqueles que depois que passa dá a sensação de que foi um sonho...
E foi, a diferença, é que foi  real...
Para mim esta é a grande vantagem de ser artista, escritora, contadora de histórias, atriz...
transformar sonhos em realidade,
conviver com um cotidiano onde a relidade é repleta de mágicos acontecimentos...
O que dizer senão que
sonho e realidade são duas faces de uma mesma moeda de nome vida!

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sexta-feira, 1 de outubro de 2010

"Banguelinha, não!"- a estréia como escritora teatral

           " BANGUELINHA, NÃO!!! "

Esquete teatral para três atores. 
Três personagens: 2 masculinos e 1 feminino
Tempo: 30 minutos

           O espetáculo conta a estória de Paulinho um menino que adora roer unhas, odeia escovar os dentes e morre de medo de dentista. Tudo muda quando ele descobre sua Fada Madrinha: a Fada Escovinha. Ser discriminado e lutador, que ensina uma série de coisas importantes para Paulinho, em especial cuidar dos dentes, e ir ao dentista.
           O texto busca com humor dismistificar a idéia assustadora que temos em relação aos profissionais da saúde, em especial o dentista. Além de informar o que pode ser feito para previnir as doenças bucais destaca a importância de um sorriso saudável.  

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              O espetáculo "Banguelinha, não!", estreiou 
na cidade de Rio Grande/RS, em  29 de outubro de1993, em 4 sessões
no DIA DO SORRISO do SESI, 
nas dependências Centro Esportivo do SESI de Rio Grande, tendo realizado no mesmo dia apresentações no CIEP de tal município. 
Tais apresentações fizeram parte da
  IV Semana de Prevenção de Higiene Oral da ABO 
( Associação Brasileira de Odontologia).


Com a seguinte ficha Técnica:

TEXTO e DIREÇÃO: Luciá Tavares
ELENCO:
ator/personagem
Daniel Plá...............................Paulinho
Cristina Neutzling............Fada Escovinha
Nilo Corrêa....................Dr. Murfy-O dentista


OUTROS EVENTOS EM QUE O ESPETÁCULO PARTICIPOU:

  • 4 Sessões no Dia do Sorriso do SESI Pelotas/RS em 19 de novembro de 1993, também dentro da  IV Semana de Prevenção de Higiene Oral da ABO  ( Associação Brasileira de Odontologia). 
  •  1 apresentação na AÇÃO GLOBAL de Rio Grande/RS, promovida pela REDE GLOBO de Televisão e SESI/RS, 1993;
  • 4 apresentações na AÇÃO GLOBAL de Guaíba/RS, promovida pela REDE GLOBO de Televisão e SESI/RS, dezembro de 1993;
  • IV FENADOCE- Festa Nacional do Doce de Pelotas/RS, Julho de 1995.


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Como comecei a escrever para o teatro

Entre uma infância repleta de livros, as cartas de meu avô, as fotografias antigas, as viagens, as boas notas em língua portuguesa ( e posteriormente em Literatura espanhola no Uruguay) e a muvuca familiar optei pelo momento em que as palavras passaram a ganhar evidência na minha vida:

       1993
            Tinha voltado do Uruguai e decidi que me dedicaria ao teatro. Eis que surge a oportunidade da minha companhia de Teatro (cia Z)  realizar um projeto para o SESI (Serviço Social da Indústria) de Porto Alegre/RS/Brasil, com diversas apresentações pela região sul do estado do Rio Grande do Sul.

Felicidade geral!!!

            Dez apresentações sobre a higiene bucal...

Balde de água fria!!!

           Mostrei o material para o Nilo Corrêa ( diretor da Cia Z) e ele me disse:

" É ótimo! Mas de onde vamos tirar um texto que fale especificamente da higiene bucal?"

            EU:  
            
            "É."
      
            Fui para casa.
            Nas semanas seguintes o pessoal do SESI ligando. E eu enrolando para ver se ganhava tempo e encontrava um texto sobre a temática solicitada. Comecei a imaginar que personagens teria este texto que eu buscava...

Criava cenas imaginárias e...
 Palavras e Frases...
                                    começaram a ser sussurradas pela fada imaginação no meu ouvido...


           O pessoal seguiu me ligando por cerca de dois meses ... Eu não encontrei um texto sobre higiene bucal...Liguei para o SESI e informei que seria impossível. No mesmo dia eles retornam:

"Olha eu vou enviar todo o material que eu tenho aqui sobre higiene bucal. você pode  conversar com a responsável aí na sua cidade, ela lhe explica o que precisa ser abordado na peça."

NÃO DÁ!!!

           Recebi tudo pelo SEDEX e ao acordar sem nem ao menos ter tomado o café da manhã (eu não passo sem café da  manhã) li tudo.
           Ao olhar o material do grupo que havia feito o trabalho no ano anterior percebi que a Cia Z de Teatro podia sim executar tal projeto. Marquei a reunião com a responsável do SESI de Pelotas/RS e ela listou os tópicos que precisavam ser abordados, me repassou um material informativo sobre o assunto. De um orelhão liguei para  que o Nilo me encontrasse no centro. No ônibus criei os personagens, as cenas me vieram...O diálogo era sussurrado por uma boca cheirando a pasta de dente bem no meu ouvido...

Uma FADA???

Sim:  a  FADA ESCOVINHA.

           Ao encontrar o Nilo nem deixei que ele falasse nada...Contei as minhas peripécias e idéias. Mostrei  o material, falei da reunião e do cachê...


"Me traz o texto!" -disse o Nilo

           Fui para casa e escrevi enlouquecida...
           No dia seguinte li o texto que havia escrito para o Nilo, que deu sugestões... E batizou o espetáculo com tal título...Fizemos um projeto de acordo com o material que havia recebido, anexei uma série de recortes de jornal com o histórico da companhia e o orçamento. Três dias depois (não existia internet naquela época) estava tudo praticamente certo com as datas e as cidades marcadas...

Que alegria...que medo!

           Viajei com Nilo para Rosário do Sul/RS, para fazer a iluminação do espetáculo solo de Paulo Autran (1922-2007), quando voltamos estreiamos o espetáculo...Este encontro me incentivou. Paulo Autran, o grande mestre do teatro brasileiro me disse:

"Escreva! Faltam escritores teatrais no Brasil. Não temos ainda um Shakespeare, um Moliére. Precisamos de gente para escrever teatro. E leia bastante."

           Aquilo me fortaleceu infinitamente, me fortalece até hoje!

           Passei a ler muito mais do que já lia.

           No dia que estreiei o espetáculo, fiquei louca de medo...Espiava na porta que servia de coxia improvisada, ao ver o primeiro riso uníssono do público tirei um pêso das costas! Sim eu era capaz de escrever algo, unindo informação a um teatro de qualidade calcado na boa interpretação dos atores.
O espetáculo era  simples (pelado) mas foi  ótimo!!!

E eu posso dizer que  tive bom motivos para sorrir naquele dia!!!

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terça-feira, 14 de setembro de 2010

Página em construção

Não é só a página de um blog que inicia-se, que está em construção...
tudo, o tempo todo está se construindo...seja um fim ou um começo.
O dia é uma constante.
Diariamente se constrói e destrói.
E  ao partir deixa pinceladas no céu...para que a noite se construa.


Minha página em cosntrução
é para falar das páginas que tenho construido
e das que ainda irei construir

para relatar as palavras que tenho escrito nesta vida

Livros
palavras
estórias
histórias
HISTÓRIAS
 adultas
infantis

textos

bilhetes

sms


e


todas as infinitas formas que encontrar de

expressar e narrar

impressões e sentimentos


que quero sobretudo que se construa um espaço
para relatar o que tenho escrito
o que tenho lido
e em especial
para falar das palavras em minha vida...


É isso...pois para uma página em construção acho que já falei demais!!!